Domingo à noite, véspera de postar texto. Abro o computador na sala com os dois gatos ao lado. A página em branco me espera. Tem mais outros dois documentos iniciados, com textos que não consegui terminar e que talvez termine um dia. Não hoje. Hoje vou começar um novo. Eu vou?
Oito da noite. Os gatos já viraram algumas vezes pra lá e pra cá enquanto dormem. Não precisam postar texto amanhã, nem trabalhar, nem nada. Que bom ser gato, né? Eu queria. Mas gato não pode abrir o Twitter e ver umas coisas engraçadas. Eu posso. Vou perder uns minutinhos aqui, e tá tudo bem. Fico mais de meia hora pulando de aba em aba.
Desisto, volto. Saio pra beber água. Volto, desisto. Twitter. Volto. Google Agenda. Nossa, como tem coisa pra essa semana! Meu Deus, por que esse ano não acaba? Eu não paro de marcar coisa. Por que eu não paro de marcar coisa? Ai, mas é porque eu gosto do fim do ano. Alguém perguntou pro fim do ano se ele também gosta de mim? Tenho minhas dúvidas.
É uma loucura pensar que vai ser 2025 em menos de um mês. Parece papo de elevador, mas eu meio que sempre fico ansiosa pensando em como o tempo passa rápido. E, mais uma vez, lá vem a Simone avisando que então é Natal e indagando o que você fez. MEU DEUS, O QUE EU FIZ, SIMONE????
Aquele gosto agridoce de tarefas inacabadas. Vamos correr pra fazer todos os exames, marcar todos os médicos, encontrar todas as pessoas, viver tudo que há pra viver. Parece que resolvemos nos permitir tudo isso só em dezembro.
O fato é que ninguém fica imune ao fim do ano. Alguns, como eu, amam. Outros, detestam. E, apesar de gostar muito, tenho me sentido completamente exausta. Pode ser falta de vitaminas, não sei. Só consegui fazer exame de sangue semana passada, e provavelmente estou com a B12 e todas as outras Bs, Cs e Ds baixas.
Pode ser pela falta de férias este ano que meu corpo está clamando por um descanso, umas perninhas pro ar um pouco. Mas também é um pouco de falta de carisma. Alguém sabe me dizer como se suplementa energia baixa?
Minha bateria social parece bateria de iPhone depois de um ano de uso: não dura nada. Tenho pra mim que é um sintoma da pandemia. Este ano, consegui dar uma subida no meu nível de bateria. Ela ainda é fraca, mas é como se eu andasse com um PowerBank imaginário que me recarrega quando preciso — às vezes é café, água, academia, assistir Friends e, às vezes, é ficar em silêncio durante cinco minutos, olhando pro nada e pensando em nada.
Mas, no fim do ano, não tem onde recarregar. As abas abertas da minha cabeça me lembram que é dia 9, mas ainda tem tanta coisa pra fazer. Mas eu amo fim de ano. Vou fazer tudo com um sorriso no rosto.
Por amar o fim do ano, eu, apesar de xoxa, capenga e anêmica, ainda sigo escrevendo meus textos, cozinhando, trabalhando, indo em padaria nova e ruim do bairro (de novo), afinal, não tem como largar tudo, sair correndo e dizer “Gente, tchau, tá? Não contem comigo pra mais nada em 2024, mas eu volto em janeiro”. Então, vamo que vamo.
Agora é força pra terminar o que se começou. Aquele meme da galinha olhando no espelho e perguntando: “Quem é minha guerreira?”. Sim, sou eu.
Logo mais, estarei na praia com uma cervejinha na mão. Minha cabeça meio que já está lá.
Te sirvo links, aceitas?
💅🏻Ela é o momento e esse meme é totalmente fim de ano.
🍿 Voltei no tempo e tô reassistindo Girls, na Max. É uma série de 2012, com seis temporadas, que fala da vida de quatro amigas em Nova York. Pela descrição parece meio Sex and The City, mas não é. Tem um humor bem anos 2010 mesmo, mas vale a pena pra ficar em paz meia horinha assistindo uma série tranquila.
🎧 Falando em tempo, como foi seu ano musical? Meu álbum do ano no Spotify Wrapped foi ORQUÍDEAS, da Kali Uchis. Ainda não escutou? Pois faça isso por você.
Obrigada por ler até aqui.
Um beijo e boa segunda!